31 de mar. de 2010

O Pote de arroz

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.

Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?

E o chinês responde:
- Sim e geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores!

Respeitar as opções do outro em qualquer aspecto é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Nunca julgue. Apenas compreenda.

4 de mar. de 2010

Saber mudar

Certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente e logo nadou até a borda do copo. Mas, como a superfície era muito lisa e suas asas estavam molhadas, não conseguiu escapar.

Acreditando que não havia saída, desanimou, parou de se debater e afundou. Sua companheira, apesar de não ser tão forte, era tenaz; por isso continuou a se debater e a lutar. Aos poucos, com tanta agitação, o leite ao seu redor formou um pequeno nódulo de manteiga, onde ela subiu e conseguiu levantar vôo para longe.

Tempos depois, a mosca tenaz, por um descuido, caiu novamente em um copo, desta vez cheio de água. Imaginando que já conhecia a solução para aquele problema, começou a se debater na esperança de que, no devido tempo, se salvasse. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da outra, pousou na beira do copo e gritou:
- Tem um canudo ali, nade até lá e suba.
A mosca tenaz respondeu:
- Pode deixar que eu sei como resolver esse problema.
E continuou se debatendo, mais e mais, até que, exausta, afundou na água.

Moral da história: soluções do passado, em contextos diferentes, podem se transformar em problemas. Quantas vezes, baseados em experiências anteriores, deixamos de observar as mudanças ao nosso redor e ficamos lutando inutilmente até afundar em nossa própria falta de visão? Criamos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas experiências.

Ficamos presos a velhos hábitos que nos levaram ao sucesso e perdemos a oportunidade de evoluir... Os donos do futuro sabem reconhecer essas transformações e fazer as mudanças necessárias para acompanhar a nova situação.

Roberto Shinyashiki, no livro "Os Donos do Futuro"

2 de mar. de 2010

Dolce far niente

Provavelmente uma das frases mais dita nas últimas décadas em virtude da nossa cultura industrializada é “agora não posso, não tenho tempo”. E esta falta de tempo gera stress, ansiedade, depressão, doenças da nossa modernidade.

Vem-me em mente então, dois esplendidos filmes: Perfume de Mulher e Sociedade dos Poetas Mortos.

No primeiro Al Pacino interpreta o tenente-coronel Frank Slade, que ficou cego ao explodir uma granada. A partir deste acontecimento ele desenvolve o olfato, além de possuir uma percepção incrível do que acontece a sua volta. Numa das cenas principais, em um restaurante ele se aproxima da mesa de uma moça que parece entediada por esperar alguém. Ele a convida para dançar o tango "Por Una Cabeza" ao que ela receosa diz que o homem que espera poderá chegar a qualquer momento; ele responde: vive-se uma vida em um momento. E ela se entrega à dança que sempre teve vontade de aprender.

Em Sociedade dos Poetas Mortos, Robin Williams interpreta o professor John Keating, muito moderno para um colégio conservador. Ele procura mostrar aos seus alunos uma nova visão da vida: "Carpe Diem, rapazes: aproveitem o dia! Façam de suas vidas algo extraordinário", com esta frase em suas mentes os alunos resolvem "acordar para a vida".

As duas cenas falam do mesmo tema: da importância de um instante onde podemos ser felizes ou não, só depende da escolha que fizermos.

O Shabath é para os judeus o dia sagrado de descanso, significa "cessar o trabalho", lembrando de Deus que criou o mundo e tudo o que há nele em seis dias e descansou no sétimo. Hoje, o Shabath está não somente na cultura judaica, mas em outras e também e em algumas empresas que concedem períodos de descanso maiores e mais freqüentes aos seus funcionários para que assim, eles sejam mais produtivos e criativos.

Os italianos têm a expressão "dolce far niente", que é traduzido como suave indolência ou o doce fazer nada. Mas o que entendemos por indolência, por fazer nada? Numa rápida pesquisa ao dicionário vemos que são sinônimos de insensibilidade, apatia, negligência, desleixo ociosidade, inércia ou preguiça, qualidade de quem gasta o tempo inutilmente. Parece que temos mesmo vergonha de dar uma parada, não é?

Mas quando damos a nós mesmos este pequeno luxo de tirar se não alguns dias, mas horas para não fazer nada ou quase nada, ou pelo menos não fazer nada por outras pessoas, pelo emprego, pela sociedade, mas somente para nós mesmos, como tomar um banho demorado, ler aquele livro que está há anos na estante, assistir a um filme, pensar, dormir em plena luz do dia, tomar sol, caminhar pelas ruas do bairro com o cachorro, ir à feira no sábado de manhã e comer um delicioso pastel, ver e sentir a alegria de cheiros, sabores e cores que vem daquelas barracas, assim, acabamos nos admirando como são bons estes momentos de dolce far niente, sabath, carpe diem ou preguiça mesmo.

Então, descobrimos que esta contemplação faz bem, que com ela somos renovados e assim tocamos a vida em frente com alegria e leveza.

"E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera." (Gêneses 2:3)